Facebook Youtube WhatsApp
Close
Homenageado 7º Prêmio da Música Brasileira  Ano Gilberto Gil

7º Prêmio da Música Brasileira  Ano Gilberto Gil

7ª prêmio

Gilberto Gil

A “geleia geral brasileira” que cantou em 1968, na parceria com o letrista tropicalista Torquato Neto, Gilberto Gil logo acrescentou muitos outros sotaques. Sem perder a brasilidade, incorporou à sua música influências que passam pelos sons da África ancestral e contemporânea, pelo rock dos Beatles e de Jimi Hendrix, pelo soul de Steve Wonder e pelo reggae de Bob Marley. No que pode soar paradoxal, o artista de sua geração mais aberto ao pop internacional é também o que soa mais regional, como prova nos últimos anos seu mergulho no forró.

Como seus contemporâneos revelados nos festivais competitivos dos anos 1960, Gil sofreu o impacto do canto e do violão revolucionário de Joao Gilberto. No entanto, antes disso, durante a infância no interior baiano, já tinha despertado para a música graças aos sanfoneiros das feiras e aos sucessos de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro que ouvia no rádio e nos autofalantes da pequena Ituaçu. Apesar da paixão e do talento revelados cedo, Gilberto Passos Gil Moreira formou-se em administração de empresas e foi trabalhar na sede paulistana de uma multinacional. Mas o sucesso nos festivais e um contrato assinado em 1966 com a gravadora Philips fizeram Gil trocar o emprego seguro pela música.

Em 1968, com, entre outros, Caetano Veloso, Gal Costa, Tom Zé, Os Mutantes, os maestros Rogério Duprat e Júlio Medaglia, os poetas Torquato Neto e Capinam e o designer Rogério Duarte, ele foi um dos criadores da Tropicália, movimento que misturou à MPB ingredientes das vanguardas, do pop internacional e do kitsch. Presos em dezembro daquele ano, após o Ato Institucional n° 5 que deu mais poderes aos ditadores militares, Gil e Caetano foram obrigados a abandonar o Brasil e viver três anos em Londres.

Em cinco décadas de carreira, mesmo sendo um compositor autossuficiente em letra e música, também manteve muitas e diferentes parcerias, que passam por Torquato, Capinam, Rogério Duarte, Caetano Veloso, Jorge Mautner, João Donato, Chico Buarque, Cazuza, Waly Salomão, Arnaldo Antunes e Liminha. Além da atuação na música, envolveu-se na política como vereador mais votado de Salvador nos anos 1980, um dos fundadores do Partido Verde e ministro da Cultura no governo Lula entre 2003 e 2008.
 

“Mistério sempre há de pintar por aí
Não adianta nem me abandonar
(não adianta não)
Nem ficar tão apaixonada, que nada
Que não sabe nadar
Que morre afogada por mim”