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Homenageado 5º Prêmio da Música Brasileira  Ano Luiz Gonzaga

5º Prêmio da Música Brasileira  Ano Luiz Gonzaga

5ª prêmio

Luiz Gonzaga

Ele chegou ao Rio em 1939, tocando valsas, polcas, boleros, tangos, rancheiras, foxtrotes e demais gêneros que faziam sucesso na então capital federal. Após um ano de trabalho pesado em bares da Lapa e do Mangue, festas no subúrbio e programas de auditório, ao atender ao pedido de um grupo de estudantes cearenses em um botequim do Mangue para interpretar ritmos nordestinos, Luiz Gonzaga percebeu que aquele poderia ser um novo caminho.

O sucesso do chamego “Vira e mexe”, que apresentou em 1941 no programa de calouros de Ary Barroso, confirmou sua intuição, e nos anos seguintes o sanfoneiro nascido em Exu, no interior de Pernambuco, aumentou o índice de “nordestinidade” em seu repertório. A mistura de calangos, cocos, xotes, chamegos, toadas com polcas, mazurcas e marchas resultaria no “Baião”, ritmo e canção (em parceria com Humberto Teixeira) que lançou em 1945, um divisor de águas na sua carreira e também na música popular brasileira.

O gênero arrebatador, que após levantar poeira nos forrós pé-de-serra fez o Brasil inteiro dançar, e a indumentária inspirada nos cangaceiros de sua terra transformaram Luiz Gonzaga no Rei do Baião. Como costuma frisar Gilberto Gil, um de seus fãs, Gonzagão foi o primeiro popstar brasileiro. A lista de clássicos que compôs e gravou é admirável: de “Asa branca” a “Assum preto”, passando por “Respeita Januário”, “Vem, morena”, “Vozes da seca”, “Riacho do navio”, “O xote das meninas” etc. Entre a estreia discográfica e o fim dos anos 1950, ele foi o maior vendedor de discos do Brasil, tendo lotada a agenda de shows do Norte ao Sul do país.

No fim dos anos 1960, após um período de esquecimento, Luiz Gonzaga foi regravado e reverenciado por artistas como Gilberto Gil, Gal Costa e Caetano Veloso, o que deu novo impulso à sua carreira. O reconhecimento continuou nas duas últimas décadas de vida, quando também fez shows e gravou com o filho Gonzaguinha e o cearense Fagner, e pôde assistir ao surgimento de uma nova safra de artistas nordestinos de sucesso.
 

“Mar e terra
Inverno e verão
Mostro o sorriso
Mostro a alegria
Mas eu mesmo não
E a saudade no coração”