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Homenageado 23º Prêmio da Música Brasileira  Ano João Bosco

23º Prêmio da Música Brasileira  Ano João Bosco

23ª prêmio

Revelado no início dos anos 1970, João Bosco logo conquistou seu lugar no disputado campo de cantores, compositores e violonistas da MPB com um estilo reconhecível aos primeiros acordes. A estrela fonográfica como cantor, por sinal, não podia ser mais emblemática: em 1972, “Agnus sei” (parceria com o letrista Aldir Blanc) inaugurou a série Disco de Bolso criada pelo semanário O Pasquim. A canção gravada por Bosco era o lado B do compacto em que Tom Jobim também apresentava ao Brasil e ao mundo o clássico instantâneo “Águas de março”.

No mesmo ano do aval jobiniano, Elis Regina, mais uma personagem fundamental na carreira do compositor, gravou outra música da parceria Bosco & Blanc, “Bala com bala”. Após esse duplo batismo, a musicalidade de João Bosco não parou de crescer e aparecer.

Nascido em Ponte Nova, Minas Gerais, a música o acompanhou desde a infância. Aos 4 anos, já mostrava jeito para o canto na igreja frequentada pela família. Aos 12, ganhou um violão e formou um grupo de rock, X-Gare. Em 1967, morando em Ouro Preto, onde começou o curso de engenharia sem largar o violão, conheceu Vinicius de Moraes, com quem chegou a fazer algumas canções.

Descendente de libaneses por parte de pai, em sua formação misturou o rico folclore mineiro que embalou sua infância com o nascente rock e os boleros que ouviu na adolescência, a bossa nova e o jazz em que passou a mergulhar no início dos anos 1960, além da influência de colegas de geração como Milton Nascimento e Gilberto Gil. Desse caldo, nasceu sua singularidade, que, na primeira década de carreira, também teve a contribuição decisiva do parceiro carioca Aldir Blanc, que conheceu em 1970. Já a partir do final dos anos 1980, Bosco soube se reinventar sozinho ou com novos parceiros, como Abel Silva, Capinam, Martinho da Vila, Waly Salomão, Antonio Cícero, João Donato e Francisco Bosco, entre outros.

Tão bom quanto o compositor é o cantor e violonista, como provam os quase trinta discos que lançou nas últimas quatro décadas. Entre eles, o CD e DVD com o registro do show com Alcione, Leila Pinheiro, Mariana Aydar, Péricles e Banda Mantiqueira que rodou o Brasil em 2012, na turnê do 23o Prêmio da Música Brasileira.

“Responderei não!
Dominus dominium juros além
Todos esses anos Agnus Sei que sou também
Mas ovelha negra me desgarrei
O meu pastor não sabe que eu sei
Da arma oculta na sua mão
Meu profano amor eu prefiro assim
À nudez sem véus diante da Santa Inquisição
Ah, o tribunal não recordará
Dos fugitivos de Shangri-lá
O tempo vence toda a ilusão”