Facebook Youtube WhatsApp
Close
Homenageado 22º Prêmio da Música Brasileira  Ano Noel Rosa

22º Prêmio da Música Brasileira  Ano Noel Rosa

22ª prêmio

Noel Rosa faleceu em 1937, aos 26 anos, vítima da tuberculose, mas suas músicas continuam atualmente presentes no repertório dos principais intérpretes da música brasileira. Em sua curta vida, deixou enorme e influente obra: foram cerca de 300 canções que, entre outras virtudes, ajudaram a formatar o samba urbano que passou a imperar no Brasil.
Além de pioneiro no estilo que ajudou a criar, Noel de Medeiros Rosa foi transgressor. Em uma época em que a carreira artística era sinônimo de malandragem, teve a ousadia de largar o curso de medicina para fazer música popular e viver dela. Também rompeu com o racismo velado que imperava no período, convivendo e compondo com os compositores negros dos morros cariocas, como Ismael Silva e Cartola.

Noel começou a despontar em 1929 no Bando de Tangarás, grupo regional com repertório de cocos e emboladas do qual participou ao lado de, entre outros, Braguinha e Almirante. Em 1930, emplacou aquele que seria seu primeiro grande sucesso popular, “Com que roupa?”, samba até hoje cantado e regravado.

Seu talento foi reconhecido no curto período de vida, colecionando muitos outros sucessos, gravados pelos principais intérpretes dos anos 1930, como Carmen Miranda, Francisco Alves, Mário Reis, Marília Baptista, Orlando Silva e Sílvio Caldas, ou na sua própria e pequena voz. Entre as marcas inovadoras de Noel está o uso da linguagem coloquial que transformou seus sambas em deliciosas crônicas urbanas, atuais oito décadas depois, como provam pérolas como “Conversa de botequim”, “O xis do problema”, “Três apitos”, “Feitiço da Vila”, “Palpite infeliz”, “Com que roupa?”, “Gago apaixonado” e “Não tem tradução”.

Após a morte, sua obra passou por alguns anos de esquecimento, entre outros motivos pelo fato de seus contemporâneos, gente como Ary Barroso, Custódio Mesquita, Ismael Silva e Dorival Caymmi, estarem muito vivos e ativos. Mas, no início dos anos 1950, uma série de três discos lançados por Aracy de Almeida pela gravadora Continental detonou uma redescoberta de Noel Rosa, que também teve seus discos de 78 rotações reunidos em LPs. Desde então, as regravações têm sido constantes, assim como as homenagens e os estudos sobre um fascinante e cada vez mais influente personagem.

“Eu já corri de vento em popa
Mas agora com que roupa?
Com que roupa que eu vou
Pro samba que você me convidou?
Com que roupa que eu vou
Pro samba que você me convidou?”