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Homenageado 18º Prêmio da Música Brasileira  Ano Zé Keti

18º Prêmio da Música Brasileira  Ano Zé Keti

18ª prêmio

A competição é acirrada, mas, em um hipotético time que reunisse os maiores craques do samba, o carioca José Flores de Jesus seria titular absoluto. A lista de gols de placa que ele fez em cerca de cinco décadas de carreira inclui “Acender as velas”, “Malvadeza durão”, “Máscara negra”, “Opinião”, “Diz que eu fui por aí”, “Meu pecado” e “A voz do morro”. Este último, com os emblemáticos versos “Eu sou o samba / a voz do morro / sou eu mesmo, sim senhor…”, foi lançado em 1954 (na voz de Jorge Goulart e com arranjos de Radamés Gnattali) no filme inaugural do Cinema Novo, Rio 40 graus, no qual o sambista também atuou e foi assistente de câmera.

Zé Keti (o nome artístico é a corruptela de seu apelido de infância, “Zé Quietinho”, e através da carreira foi eventualmente grafado como Kétti ou Kéti) também contribuiu com músicas para outros filmes decisivos do Cinema Novo, incluindo O grande momento (de Roberto Santos), A falecida (de Leon Hirszman), A grande cidade (de Carlos Diegues) e mais dois longas-metragens de Nelson Pereira dos Santos, Rio Zona Norte e Boca de ouro. Esse “homem-samba”, integrante do grupo de compositores da Portela, foi, em 1962, o idealizador do grupo A Voz do Morro, que lançou três álbuns e, ao lado de Elton Medeiros, Jair do Cavaquinho e Nelson Sargento, apresentou o então iniciante Paulinho da Viola. Dois anos depois, ao lado de Nara Leão e João do Vale, Zé Keti também foi um dos intérpretes do lendário show Opinião, que, em 1964, já protestava contra o nascente regime militar e, em 1965, foi o palco que revelou ao Brasil a jovem Maria Bethânia, escalada por Nara para substitui-la no elenco.

Em 1996, no disco 75 anos de samba, Zé Keti comemorou o aniversário ao lado de artistas como Zeca Pagodinho, Wilson Moreira, Monarco e Cristina Buarque. Até 1999, quando nos deixou aos 78 anos, também recebeu homenagens da Portela e viu muito de sua obra ser regravada por novos intérpretes, entre eles o cantor Zé Renato, no disco Natural do Rio de Janeiro.


“Salve o samba, queremos samba
Quem está pedindo é a voz
do povo de um país
Salve o samba, queremos samba
Essa melodia de um Brasil feliz”