Facebook Youtube WhatsApp
Close
Homenageado 16º Prêmio da Música Brasileira  Ano Baden Powell

16º Prêmio da Música Brasileira  Ano Baden Powell

16ª prêmio

A parceria com Vinicius de Moraes já seria suficiente para lhe garantir um lugar entre os mestres da nossa cultura. Afinal, entre outras preciosidades, a dupla criou a série de afro-sambas, um profundo mergulho nas tradições do candomblé que abriu novas e influentes vertentes ara a música popular brasileira. Mas Baden Powell de Aquino fez muito mais, rodando o mundo como um dos maiores violonistas de todos os tempos, admirado por guitarristas de diferentes escolas.

Filho de um sapateiro que, nas horas vagas, era violonista e escoteiro (daí a homenagem ao pai do escotismo no nome do filho), o talento de Baden apareceu cedo. Estimulado pelos saraus que aconteciam na sua casa, no bairro carioca de São Cristóvão, frequentados por nomes como Pixinguinha, Donga, João da Baiana e Jaime “Meira” Florence, ele começou a tocar violão aos 8 anos. Aos 13, já recebia seus primeiros cachês como profissional. Além das aulas com Meira (exímio violonista em regionais do choro e do samba e mais tarde também professor de Raphael Rabello e Maurício Carrilho), o jovem Baden estudou violão clássico, ouviu virtuoses do jazz como Django Reinhardt e Barney Kessel e, nos anos 1950, conviveu e tocou com os artistas que criaram a bossa nova.

Muito requisitado como músico nos estúdios e nos palcos, Baden também despontou como compositor na década de 1950. Seu primeiro grande sucesso, “Samba triste”, parceria com Billy Blanco, foi lançado em 1956. Após o encontro em 1962 com Vinicius, que rendeu músicas como “Samba em prelúdio”, “Canto de Ossanha”, “Deixa”, “Labareda”, “Berimbau”, “Formosa”, “O astronauta” e “Consolação”, manteve uma igualmente rica parceria com Paulo César Pinheiro, como provam “Lapinha”, “Samba do perdão”, “Aviso aos navegantes” e “É de lei”, além de também fazer músicas com, entre outros, Aloysio de Oliveira, Geraldo Vandré e Ruy Guerra.

Do fim dos anos 1960 ao início da década de 1990, Baden viveu entre a França e a Alemanha. Gravou regularmente e excursionou por toda a Europa com um repertório que incluía, além de seus clássicos autorais, temas da música clássica, do jazz e do folclore.

“Vai! Vai! Vai! Vai!
Não vou!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Não vou!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Não vou!
Vai! Vai! Vai! Vai!
Não vou!…

Que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor
Que passou
Não!
Eu só vou se for pra ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor…”