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Homenageado 11º Prêmio da Música Brasileira  Ano Jackson do Pandeiro

11º Prêmio da Música Brasileira  Ano Jackson do Pandeiro

11ª prêmio

Jackson do Pandeiro

Paraibano do lugarejo de Alagoa Grande, José Gomes Filho chegou ao Rio de Janeiro em 1953 já com duas décadas de carreira profissional no Nordeste. Começou a tocar zabumba aos 8 anos, aos 17 anos trabalhou como baterista e percussionista e, em 1939, adotou o codinome Jack do Pandeiro na dupla com José Lacerda. O “son” seria adicionado ao nome artístico em 1948, no Recife, em outro duo, agora com Rosil Cavalcanti, também seu parceiro nas composições iniciais – e autor do coco “Sebastiana”, o primeiro sucesso de Jackson do Pandeiro, lançado no ano em que ele chegou à então capital federal.

A partir de “Sebastiana”, graças às suas divisões rítmicas surpreendentes, seu gingado e senso de humor, mostrou que havia lugar para outro gênio musical popular no Nordeste além do Rei do Baião. O estilo de Jackson tem origem no coco, ritmo nordestino em que as raízes africanas são mais visíveis, mas misturado a sambas, baiões, frevos, maracatus e até rumbas, que também tocavam nas rádios e Campina Grande, João Pessoa e Recife. Pelo rádio e pelas chanchadas no cinema, a arte de Jackson iluminou e divertiu o Brasil dos anos 1950.

A partir do fim da década seguinte, a regravação de seus sucessos por artistas como Gilberto Gil (“Chiclete com banana” e “O canto da ema”) e Gal Costa (“Sebastiana”) renovou seu público, processo que continuaria nos anos 1970, quando excursionou pelo Brasil em dupla com Alceu Valença. Este resumiu em uma frase a importância e o estilo inconfundível do ídolo: “Costumo sempre dizer que o Gonzagão é o Pelé da música e o Jackson, o Garrincha”.

Após sua morte, em julho de 1982, além do tributo realizado na 11a edição do Prêmio da Música Brasileira, em 1998, Jackson do Pandeiro continuou sendo uma referência fundamental para a nova música nordestina, regravado e reverenciado por dezenas de novos artistas, incluindo Silvério Pessoa, que gravou um tributo a Jackson em 2003, e Lenine, que lhe dedicou o sucesso “Jack Soul Brasileiro”.
 

“Já cansada no meio da brincadeira
e dançando fora do compasso
segurei Bastiana pelo braço
e gritei: não faça sujeira
o xaxado esquentou na gafieira
Sebastiana não deu mais fracasso

e gritava: a e i o u ‘pisilone’
e gritava: a e i o u ‘pisilone’
e gritava: a e i o u ‘pisilone'”