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Homenageado 1º Prêmio da Música Brasileira  Ano Vinicius de Moraes

1º Prêmio da Música Brasileira  Ano Vinicius de Moraes

1ª prêmio

Vinícius de Moraes

Em 66 anos de vida, Vinicius de Moraes foi muitos e único.

Poeta, diplomata, jornalista, crítico de cinema, compositor, cantor, bon vivant, carioca da gema e cosmopolita, o “branco mais preto do Brasil”, com sua lírica natural e inovadora, virou uma referencia para a canção popular brasileira moderna.

O encontro em 1965 com Tom Jobim, então o jovem compositor escalado para musicar a peça Orfeu da Conceição e dois anos depois o seu parceiro e arranjador no disco de Elizabeth Cardoso Canção do amor demais, foi fundamental para o surgimento da bossa nova.

No entanto, em termos de estilo, a produção musical de Vinicius é muito maior e abrangente. Começa antes de Jobim (nos anos 1930, escreveu suas primeiras letras para músicas dos irmãos Haroldo e Paulo Tapajós) e prossegue influente com tantos outros parceiros, como Carlos Lyra, Moacir Santos, Adoniran Barbosa, Baden Powell (com quem, no início dos anos 1960, fez a série de afro-sambas que abriu novas vertentes para a MPB ao utilizar ritmos e temas do candomblé), Edu Lobos, Francis Hime, Chico Buarque e Toquinho (este, também companheiro nos palcos da última e intensa década de vida). A obra musical de Vinicius e parceiros é enorme, clássicos que continuam sendo cantados, gravados e regravados por centenas de intérpretes no Brasil e mundo afora, incluindo as canções com letra e música apenas dele, como “Serenata do adeus” e “Medo de amar” – ambas lançadas no seminal disco de Elizeth Cardoso, em 1958.

Ao trocar a poesia pela música popular, Vinicius foi questionado por alguns de seus colegas das letras, que torciam o nariz para aquela atividade “menor”. Em 1969, perdeu o posto no Itamaraty por não se alinhar ao regime militar que desgovernava o país desde 1964. No entanto, vida e obra provaram que ele tinha feito as escolhas certas.
No século XXI, Vinicius não para de encantar, cada vez mais presente e influente. Seja na música ou na poesia (redescoberta nos últimos anos), passou ao largo das disputas estéticas e ideológicas que marcaram o setor entre as décadas de 1950 e 1970 e se impôs por sua força lírica.

“Existiria a verdade
Verdade que ninguém vê
Se todos fossem no mundo iguais a você”